Fala-se do fecho das escolas básicas e fala-se de insucesso escolar e falam-se de coisas que aparentemente parecem autónomas umas das outras mas que no fundo desembocam todas na mesma conclusão: os pais não têm tempo para as crianças e estamos a formar uma geração de semi-abandonados ao totalitarismo temporal da escola.
Não tenho filhos, não os quero ter. Mas tenho sobrinhos e preocupa- me a sua estabilidade.
Vejamos: fecham-se escolas de 1 ciclo para poupança e com a desculpa de que não há crianças centralizam-se as crianças em escolas que ficam a abarrotar e sem os recursos necessários para fazer face ao aumento da população escolar.
As crianças são deslocadas passam os dias fora de casa preenchendo o tempo com actividades que demasiadas vezes não dão espaço à necessária brincadeira e desenvolvimento da imaginação e criatividade.
Não existe rede de transportes que permitam estas deslocações atempadamente e exige-se às autarquias que suportem as despesas.
Finalmente pede-se aos casais que permaneçam no interior, evitando a desertificação, mas complica-se-lhes a vida obrigando os próprios filhos a deslocarem-se para terem acesso à educação, ou seja , pede-se descentralização, mas centralizam-se recursos exigindo esforço a quem mais precisa de protecção: as crianças e as famílias.
Depois gasta-se dinheiro em projectos para evitar o insucesso, quando a génese do insucesso nasce logo na forma como se planeia a educação e a protecção à vida familiar.
A meu ver ou se começa de facto a descentralizar e a pensar na educação como um todo e não como um conjunto de soluções autónomas e autistas ou estamos mesmo condenados ao insucesso e a constantes novas oportunidades para mascarar as insuficiências do sistema .
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